segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pauta: Lugares de passagem - Terminal rodoviário e ferroviário

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O grupo formado por Carolina Moreira, Amanda Freitas, Luma Poletti, Keyla Cazini, Livia Bernabé e Paula Tessarolo visitou o terminal rodoviário e ferroviário para mostrar esses locais como não-lugares.

Livia nos conta sobre a produção da matéria:

“Tivemos dificuldade de início para elaborar as perguntas para os entrevistados, porque era difícil passar a nossa proposta. A maioria achava que estávamos fazendo matéria sobre o lugar. No terminal, por exemplo, quando íamos falar com as pessoas, algumas falavam mal do lugar, que os ônibus demoravam, que tinha que melhorar, fugindo da nossa proposta. Mas tivemos muita surpresas com alguns que realmente tinham uma relação muito grande com o lugar, ou melhor, o não lugar.

Um problema que tivemos foi com as autorizações. Na rodoviária eles não liberavam gravação pra dias que tinham muita gente. Na ferroviária não conseguimos liberação, mas no terminal foi tranquilo. Foi meio corrido as gravações, mas no fim deu tudo certo.”

Fique com a pauta do grupo:

RETRANCA: LUGARES DE PASSAGEM / TERMINAIS RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO

PROPOSTA DE PAUTA

DURANTE O DIA, SOMOS OBRIGADOS A REALIZAR DIVERSAS TAREFAS QUE FAZEM PARTE DA NOSSA ROTINA, COMO IR TRABALHAR, PAGAR CONTAS, ESTUDAR, FAZER COMPRAS. COM MENOS FREQUENCIA, VIAJAMOS, VISITAMOS PARENTES DISTANTES E CONHECEMOS NOVOS LUGARES. MAS EM MEIO À CORRERIA DO DIA-A-DIA, NEM PERCEBEMOS OS LUGARES PELOS QUAIS PASSAMOS ANTES DE CHEGAR AO NOSSO DESTINO. SÃO OS CHAMADOS NÃO-LUGARES OU LUGARES DE PASSAGEM, QUE SE CARACTERIZAM POR NÃO TER UMA IDENTIDADE PRÓPRIA PELO FATO DE NÃO SEREM FIXOS. O CRESCIMENTO POPULACIONAL E O AUMENTO DO NÚMERO DE EMPREGOS, POR EXEMPLO, SÃO FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A PRODUÇÃO DESSES NÃO LUGARES, ONDE TRAFEGAM MILHARES DE USUÁRIOS DESCONHECIDOS TODOS OS DIAS. MAS SERÁ QUE NÃO EXISTE NENHUM TIPO DE RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS E ESSES AMBIENTES?

baseando-se nessas perguntas, a matéria deve explorar as características dE TRÊS NÃO-LUGARES: a rodoviária de vitória, o terminal URBANO RODOVIÁRIO de vila velha e a estação ferroviária em cariacica, mostrando as peculiaridades e semelhanças entre esses locais e as pessoas que passam por ali.

ROTEIRO:

LOCAL 1: NA RODOVIÁRIA, ENTREVISTE ALGUÉM QUE ESTEJA CHEGANDO NA CIDADE E ALGUÉM QUE ESTEJA SAINDO, DANDO ENFOQUE NA DESPEDIDA E NA CHEGADA DESSA PESSOA. MOSTRAR AS DIFERENÇAS EMOCIONAIS DAS DESPEDIDAS E DAS CHEGADAS.

AINDA NA RODOVIÁRIA, FALAR COM UM MOTORISTA. PERGUNTÁ-LO COMO É A ROTINA DE QUEM ESTÁ SEMPRE EM TRÂNSITO. QUAL É A RELAÇÃO QUE ELE TEM COM AS DISTÂNCIAS. QUAL É A RELAÇÃO QUE ELE TEM COM O TEMPO.

LOCAL 2: NA FERROVIÁRIA, PROCURAR O VENDEDOR AMBULANTE, QUE TRABALHA LÁ NA FRENTE HÁ 20 ANOS.

PRETENDEMOS MOSTRAR A FERROVIÁRIA PELA VISÃO DESSE AMBULANTE E ANALISAR COM OS NOSSOS PRÓPRIOS OLHOS O QUE A GENTE ENCONTRAR DE INTERESANTE.

LOCAL 3: terminal de vila velha

19h-entrevistar Elias Lima - segurança do terminal (9862-9195) (perguntar sobre sua relação com o terminal e sobre o que acontece lá)

19h30- entrevistar Luiz Souza - porteiro [mesmo telefone do Elias] (perguntar sobre o dia a dia dele no terminal e a relação dele com o espaço e com as pessoas)

20h- entrevistas Rubens Fonseca - agente de transportes do setor administrativo (9703-2903) – perguntar sobre como ele vê o comportamento das pessoas diante das situações que ocorrem no terminal. como ele encara O humor das pessoas que estão a mercê do trânsito naqueles momentos.

20h30 – entrevistar uma barraquinha de lanches e um cliente que consome ali todos os dias – perguntar qual a relação dele com aquele ambiente e aquelas ações diárias.

ENCAMINHAMENTO:

A MATÉRTIA PODE COMEÇAR MOSTRANDO A IMAGEM DE PESSOAS SE DESPEDINDO E A ALEGRIA DA CHEGADA DE ALGUÉM NA RODOVIÁRIA E UM OFF EXPLICANDO O ASSUNTO DOS NÃO-LUGARES E PORQUE A RODOVIÁRIA É UM NÃO-LUGAR. DEPOIS, FAZER UMA PASSAGEM ALÍ NA RODOVIÁRIA, DE PREFERÊNCIA QUANDO TIVER ALGUM ÔNIBUS CHEGANDO OU SAINDO, PARA ILUSTRAR A IDÉIA DE NÃO-LUGAR. NA ENTREVISTA COM O MOTORISTA, SERIA INTERESSANTE QUE ELE ESTIVESSE PERTO DE ALGUM ÔNIBUS. FAZER PANORÂMICA DA RODOVIÁRIA, E FAZER TAMBÉM IMAGENS DE DETALHES PARA SEREM USADAS COMO APOIO NA EDIÇÃO. PEGAR ALGUNS DEPOIMENTOS DE PESSOAS QUE TRABALHEM LÁ, E DE OUTROS PASSAGEIROS, CASO PRECISE PARA COMPOR A MATÉRIA.

NA FERROVIÁRIA SERIA INTERESSANTE COMEÇAR MOSTRANDO A ESTAÇÃO DO LOCAL EM QUE O VENDEDOR AMBULANTE TRABALHA. SERIA FAZER O TELESPECTADOR TER A VISÃO QUE O AMBULANTE TEM TODOS OS DIAS HÁ 20 ANOS, ISSO EM UM OFF. A REPÓRTER PODERIA GRAVAR A PASSAGEM APÓS A PARTIDA DO TREM, MOSTRANDO QUE ALI SÓ É MOVIMENTADO DUAS VEZES AO DIA: ANTES DE O TREM PARTIR E QUANDO ELE CHEGA. O RESTO O DIA O LUGAR FICA DESERTO.

DANDO SEQUÊNCIA, PODE HAVER UM OFF, MOSTRANDO IMAGENS DO TERMINAL DE VILA VELHA CHEIO DE GENTE SE MOVIMENTANDO. NA NARRAÇÃO, NESTE MOMENTO, A REPÓRTER PODE FALAR SOBRE A CORRERIA DA VIDA ATUAL, ONDE AS PESSOAS ESTÃO SEMPRE EM TRÂNSITO, SEMPRE COM PRESSA. DEPOIS, A REPÓRTER PODE FAZER UMA PASSAGEM RETRATANDO AS DIFERENÇAS QUE ELE APRESENTA EM COMPARAÇÃO COM OS OUTROS NÃO-LUGARES DA MATÉRIA. ENTREVISTAR ALGUMA PESSOA QUE PASSE LÁ DIARIAMENTE E QUE MANTENHA UMA RELAÇÃO COM AQUELE LUGAR. PROCURAR ALGUÉM QUE COME SEMPRE NUMA MESMA BARRAQUINHA, POR EXEMPLO, PARA MOSTRAR QUE MESMO EM NÃO-LUGARES PODE ACONTECER CASOS DE FIDELIZAÇÃO. FAZER IMAGEM PANORÂMICA DO LOCAL. FAZER IMAGEM DAS BARRAQUINHAS E DAS CANTINAS QUE EXISTEM LÁ.

DADOS:

TERMINAL RODOVIÁRIO DE VITÓRIA

O Terminal Rodoviário de Vitória funciona 24 horas, e está localizado na Ilha do Príncipe, em Vitória, ES. Telefone: (27) 3222-3366.

FERROVIÁRIA VITÓRIA A MINAS

a ferroviária fica na Rua Lourival Almeida, Flexal - Cariacica / LOGO DEPOIS DA DESCIDA DA SEGUNDA PONTE / IR ANTES DAS 7 DA MANHÃ, QUE É A HORA QUE O TREM PARTE.

Tel: (27) 3396-5939

TERMINAL DE VILA VELHA

o terminal de vila velha está localizado na Est. Capuaba, 2000

Vila Velha - ES, 29115-486
Como chegar

tel: 27 3346-2300

Área atendida: -

Categoria:

Listagem não confirmada

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Marc Augé define os chamados não-lugares como um espaço de passagem incapaz de dar forma a qualquer tipo de identidade. Na busca de fundamentar sua assertiva, discute a capacidade efetiva da antropologia analisar e compreender a sociedade de hoje, caracterizada por ele como supermodernidade. As principais características desse novo tipo de organização social são por ele destacadas:

a) um novo entendimento da categoria de tempo. O ideal de progresso humano é frustrado diante de guerras, genocídios, intolerância, violência. Somado a isto, a categoria tempo, devido ao mundo hight tec, é acelerado. Hoje, o ontem já é História, tudo se torna acontecimento e que, por haver tantos fatos, já nada é acontecimento. Um mesmo objeto é passível de múltiplas análises. Isso se dá pela constante busca do ser humano de dar sentido ao mundo. “Essa necessidade de dar um sentido ao presente, senão ao passado, é o resgate da superabundância factual que corresponde a uma situação que poderíamos dizer de supermodernidade para dar conta de sua ANTROPOS – Revista de Antropologia – Volume 2, Ano 1, Maio de 2008 – ISSN 1982-1050123 modalidade essencial: o excesso” (p.32). Logo, organizar o mundo a partir da categoria tempo já não mais faz sentido;

b) as constantes transformações espaciais, a mobilidade social, a troca de bens e serviços e o enorme fluxo de informação dão impressão de que o mundo encolheu. Este encolhimento provoca alteração da escala em termos planetários através da concentração urbana, migrações populacionais e produção de não-lugares – aeroportos, vias expressas, salas de espera, centros comerciais, estações de metrô, campos de refugiados, supermercados, etc., por onde circulam pessoas e bens. Hoje, estamos inseridos em todos os lugares,mesmo nos lugares mais longínquos; c) estes fatores enfraquecem as referências coletivas, gerando um individualismo exacerbado, porém sem identidade. Portanto, o chamado não-lugar caracteriza-se por não ser relacional, identitário e histórico. Como exemplo de não-lugares, podemos citar as auto-estradas, os aeroportos e os supermercados. Há também aqueles lugares outrora promotores do mundo operário, hoje vistos como espaço para aqueles que não possuem emprego, pessoas sem abrigo por motivos diversos. São não-lugares por acolher, mesmo que provisoriamente, homens e mulheres que pela intolerância de nossa ordem social, viram-se constrangidos à expatriação urbana.

Outra característica destacada pelo autor dos não-lugares é que estes são permeados de pessoas em trânsito. São espaços de ninguém, não geradores de identidade. Lá, você ou eu, não importa, somos apenas mais um.

Em oposição aos não-lugares está o espaço antropológico, necessariamente criador de identidade, fomentador de relações interpessoais; move-se num tempo e no espaço estritamente definidos, “[…] é simultaneamente princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem o observa” (p. 51). São identitários, relacionais e históricos.

É criador de identidade por trazer em si o lugar do nascimento, da intimidade do lar, das coisas que são nossas. Demarca, de forma precisa, as fronteiras entre eu e os outros. É histórico porque fala da história nativa sem considerar a história como ciência.

Em oposição, os não-lugares não se definem como identitários, relacionais ou históricos. Através dos não-lugares se descortina um mundo provisório e efêmero, comprometido com o transitório e com a solidão. Os não-lugares são uma nova configuração social, característica de uma época que se define pelo excesso de fatos, superabundância espacial e individualização das referências. Nesse sentido, de acordo com o autor, apresenta-se ao antropólogo um novo objeto, ou seja, a contemporaneidade a ser estudada nas suas contradições e complexidades. Pensar a cidade não é insistir em apropriar-se ou em querer pertencer a um bairro, mas estudar os recursos urbanísticos, os equipamentos e serviços que permitem ao citadino superar o estranhamento de um território pouco familiar e orientar-se em um universo de estranhos.

O livro é indicado a todos àqueles que procuram entender melhor o mundo à sua volta, mas especificamente para os antropólogos urbanos que visam lançar um novo olhar para a cidade; para pastores e líderes evangélicos tal leitura é indicada pela sua fácil compreensão, além de proporcionar novos conhecimentos da realidade que nos cerca para uma

prática pastoral contextual e relevante.

INFORMAÇÕES SOBRE A Estrada de Ferro Vitória a Minas:

é uma ferrovia brasileira que liga a cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais (passando pela região de mineração de Itabira) à cidade de Cariacica e aos portos de Tubarão, Praia Mole, e Barra do Riacho, no Espírito Santo. É uma ferrovia de bitola métrica (1.000 mm).

Sua construção se iniciou ainda no final do Século XIX e ajudou na conquista dos nativos indígenas que habitavam a região, entre os quais se destacam os Krenak.

Também foi muito importante para construção de cidades de médio porte no interior de Minas, como no Vale do Aço, cujo crescimento industrial só foi possível pela existência da ferrovia.

Além de ser utilizada para escoar o minério de ferro, também é utilizada para o transporte de aço, carvão, calcário, granito, contêineres, ferro-gusa, produtos agrícolas, madeira, celulose, combustíveis e cargas diversas, de Minas Gerais para o exterior.

A ferrovia tem cerca de 300 clientes e é uma das poucas ferrovias brasileiras a manter o transporte contínuo de passageiros, com cerca de 2.800 usuários diariamente, o que lhe confere uma grande importância turística.

Além do transporte de carga, transporta passageiros, sendo junto com a Estrada de Ferro Carajás, (Pará-Maranhão) as últimas linhas a realizarem este serviço em longa distância.

INFORMAÇÕES SOBRE A RODOVIÁRIA DE VITÓRIA:

A Rodoviária de Vitória, que oficialmente se chama Terminal Rodoviário Carlos Alberto Vivácqua Campos, é o maior terminal rodoviário do Espírito Santo, e possui um média anual de 1 milhão e 800 mil passageiros nos embarques e desembarques.

A Rodoviária de Vitória disponibiliza vários serviços aos usuários como caixas eletrônicos 24 horas, guarda volumes, estacionamento, lanchonetes, bancas de revistas, táxi, telefones públicos, venda de vale-transporte e alguns serviços públicos como Juizado de Menores, Assistente Social e posto do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens - DNER.

O Terminal Rodoviário de Vitória funciona 24 horas, e está localizado na Ilha do Príncipe, em Vitória, ES. Telefone: (27) 3222-3366.

informações sobre o terminal de vila velha:

pelo terminal de vila velha transitam cerca de 35 mil pessoas diariamente. o preço da passagem é de r$2,15 e R$1,85 aos domingos.

Abraços,

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